quarta-feira, 10 de junho de 2009

Notas soltas

Alguns clientes do BPP continuam acampados na sede lisboeta da instituição. Fazem bem. A casa não me parece má de todo. Apenas continuo sem compreender por que razão os mesmos clientes e outros que tais, não e instalam em casa de João Rendeiro, Stefano Saviotti, Pinto Balsemão e outros (enormes, gigantescos) vultos da economia lusa.
Noto, ainda, que neste caso ainda ninguém foi preso. Fantástica investigação!
PS: Felizmente que Jorge Jesus já acertou tudo com Luís Filipe Vieira...

Cavaco Silva vai finalmente homenagear Salgueiro Maia, considerado o mais puro dos capitães de Abril. No âmbito das comemorações do 10 de Junho, em Santarém, o Presidente da República irá depositar uma coroa de flores junto à estátua de Salgueiro Maia. Há vinte anos, quando era primeiro-ministro, Cavaco Silva recusou-se a conceder àquele militar uma pensão "por serviços excepcionais e relevantes". A atitude do então chefe do Governo provocou um sonoro coro de protestos, tanto mais que foi conhecida aquando da concessão de uma idêntica pensão a dois inspectores da extinta PIDE/DGS. Em 1988, o próprio Salgueiro Maia requereu a concessão de uma pensão destinada a contemplar os chamados "serviços excepcionais ou relevantes prestados ao país". A atribuição daquela pensão dependia obrigatoriamente de um parecer favorável do Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República. Com data de 22 de Junho de 1989, o parecer, votado por unanimidade, sublinhava que "o êxito da Revolução muito ficou a dever ao comportamento valoroso e denodado daquele que foi apelidado como o grande operacional do 25 de Abril".
Enviado ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças, o parecer nunca foi homologado.
Esta recusa só viria a ser conhecida três anos depois, quando o executivo de Cavaco concedeu a mesma pensão a dois inspectores da extinta PIDE/DGS, António Augusto Bernardo e Óscar Cardoso.
Esta estranha dualidade de critérios do Governo provocou uma enorme tempestade política, que culminou com um polémico processo judicial instaurado pelo Supremo Tribunal Militar contra Francisco Sousa Tavares, devido à virulência das críticas que fizera na sua coluna no jornal "PÚBLICO", então dirigido (et pour cause...) por Vicente Jorge Silva.
O então Presidente da República, Mário Soares, também se demarcou ostensivamente. Dois meses depois dos dois ex-pides serem agraciados, Soares escolheu o Dia das Forças Armadas para condecorar, já a título póstumo, Salgueiro Maia com a Ordem Militar de Torre e Espada.
A escolha não foi por acaso: era a única condecoração portuguesa que dava direito a uma pensão...

Mas nem tudo é mau. Cavaco vetou a lei de financiamento dos partidos políticos. Fez bem. A lei foi aprovada por todos os partidos. António José Seguro votou, e bem, contra. Mal foi conhecido o veto, apreciei particularmente Paulo Rangel que tratou logo de sacudir a água do capote. Já agora: Ferreira Leite não reúne com o líder parlamentar? Não discute e eventualmente impõe orientações políticas ao grupo parlamentar? Então, em que ficamos?
E no PP? O amado líder é ou não deputado?

Parece que o Tavares do BE sempre vai de vela virada...

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