quarta-feira, 8 de julho de 2009

Falta de memória

Terminaram os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Sistema Bancário, designação eufemística da “crucificação de Vítor Constâncio”.
Por princípio, defendo a existência de comissões parlamentares de inquérito. No entanto, em determinados casos, como este, dada a sua natureza eminentemente técnica, acho que tudo não passa de uma perda de tempo e recursos e, não raro, de um exercício de baixa política.
Claro que o Banco de Portugal (BP) falhou quanto à supervisão do sistema bancário. No entanto, a história recorda-nos outros casos tão interessantes como estes contemporâneos – BCP, BPN e BPP.
Comecemos por Tavares Moreira, ele mesmo um ex-governador do BP.
José, de seu nome, presidiu ao Central Banco de Investimento que, após manobras pouco transparentes e, sobretudo, dignas e legais, faliu. Os prejuízos disto tudo foram assumidos pela Caixa Central de Credito Agrícola Mútuo.
O BP aplicou-lhe uma punição de inibição de exercer funções no sector durante 7 anos. Claro que, quanto à matéria jurídica, Tavares Moreira vai ganhar tudo, já que a (eterna) prescrição se avizinha.
Não me lembro de nenhuma comissão de inquérito quanto a este caso…
BCP. O assunto começou quando um governo de Cavaco Silva decidiu vender o Banco Português do Atlântico a Jorge Jardim Gonçalves & Friends. Alguém se lembrará das palavras de Belmiro de Azevedo sobre este assunto?
BPN. Oliveira e Costa foi secretário de Estado de quem? Respondo: Cavaco Silva. Dias antes de sair do Governo, Oliveira e Costa concedeu vários perdões fiscais a uma série de amigos do distrito de Aveiro. Todos eles altamente suspeitos e, no mínimo, (a)legais. Blá blá, blá…
Há quantos anos andam nas bocas do mundo as negociatas do BPN? Muitos. A tal ponto que Cavaco Silva se viu na necessidade de esclarecer o “povão” de que nunca tinha tido nada a ver com o BPN. Esqueceu-se de dizer que tinha sido accionista da SLN – holding proprietária do BPN – e que, no espaço de pouco mais de um ano tinha mais que duplicado o capital investido…
BPP. Assunto de Saviotti, Balsemão e outros que tais. Só entra no jogo da bolha quem quer. Que vão bardamerda. Só lamento alguns clientes, Jorge Jesus incluído…
….

Negócio PT/Prisa. Basicamente estou-me nas tintas. Mas como a dra. Ferreira Leite & Cia parecem necessitar de “fosgluten ou fosforoferrero”, aqui vai. Com que então o PSD nunca tentou influenciar os “media”?
Pronto, está bem. Então quem deu ordens expressas ao presidente do Conselho de Administração da RTP para nomear o jornalista-correspondente em Madrid? Acto que ditou a demissão do director de Informação?
Levanto um pouco do véu: é um moço que (agora) muito bem vestido e melhor penteado aparece ao lado da líder do PSD…
E mais: a nomeação de Luís Delgado para a administração da PT foi o quê? Um prémio à competência profissional? Ou o pagamento de inenarráveis favores?
Muito poderia dizer sobre isto, incluindo a RTPN. Mas, agora, vou ali beber uma Bohemia que já tenho a boca seca de tantos palavrões dizer…

1 comentário:

  1. Olá caro amigo JORGE ALVES
    Primeiro que tudo, muito obrigado pela visita ao meu Blog e pelas amáveis palavras que lá deixáste.
    Continuas atrás da "CÁFILA", acho que fazes bem!
    O pior é que ela se reproduz à velocidade da luz...rsrsrs
    Como diria alguém: "Dá-lhe co Pau".
    Grande abraço para ti e um beijinho para a Graça.
    Gaspar de Jesus
    G.J.

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