quinta-feira, 2 de julho de 2009

Assuma-se p.f.

Esclarecimento prévio.

Nunca gostei de Cavaco Silva. Em nenhuma circunstância. Aliás, vistas bem coisas, o homem tem o condão de me irritar. Principalmente depois da mudança de nome da sua terra natal, Poço de Boliqueime para Fonte de Boliqueime. Ponto final.
Já agora se fosse possível, gostaria que Paranhos se transformasse em Paranhos Village...

Cavaco Silva sempre soube - não sei se por iniciativa própria - vender a sua imagem. Rigor, seriedade, asceta, isento de vícios, adepto do "corte à francesa", ex-accionista da SLN, nunca se pronunciou sobre o "caso BCP", sempre que quer saber alguma coisa chama os protagonistas e informa-se, enfim, temos um presidente Betadine....

Ora a realidade é bem diferente. Sobre a SLN/BPN, o douto foi obrigado a explicar-se publicamente duas vezes. Nem mesmo o amigo Fernando Lima, ex-DN e ex-PT, o conseguiu ajudar. Nem mesmo o diário de referência.

Quanto ao caso BCP, a verdade é que Cavaco foi deixando cair aqui e ali algumas palavras sibilinas. Tem razão quando diz que nunca se pronunciou especificamente sobre o caso. Mas que falou dele, falou. Talvez para ajudar o amigo Tavares Moreira (1)...

O melhor estava para vir. Pelos vistos, a PT preparava-se para comprar 30% da TVI. Alegadamente para, a mando de Sócrates, correr com José Eduardo Moniz - já lhe tinham arranjado um tacho no Benfica, depois na própria PT - e, naturalmente, despachar o "monstro" do jornalismo luso que dá pelo nome de Manuel Moura Guedes.

Sua Excelência decidiu discutir o assunto em público - estava em solo estrangeiro - e repetiu a pergunta que horas antes Manuela Ferreira Leite havia formulado. Se isto não é entrar em campanha eleitoral, vou ali e já venho.

Nada tenho contra isso. Mas, ao menos, que o faça de um modo assumido. Permaneço sentado à espera disso.

Apesar das sondagens que dizia possuir mas ninguém conhecia, Cavaco separou as eleições. Deve ter sido uma das suas mais difíceis decisões...

(1) Inibido pelo BP de exercer actividades no sector bancário. No caso em questão não foi só ele. José de Lemos, do PS, foi igualmente punido. E nunca se queixou publicamente...

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